terça-feira, 20 de outubro de 2009

PELAS RUAS: TARTARUGA MARINHA MARCADA NO URUGUAI CHEGA AO RS APÓS QUATRO MESES

Desde que uma tartaruga marinha com a identificação de um instituto da Flórida, Estados Unidos, foi levada ao Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), há 12 dias, especulações sobre a procedência do animal não faltaram. Hoje, após trocas de e-mails entre a instituição e a entidade americana, o mistério acabou. Popularmente conhecida como tartaruga-verde, o réptil, da espécie Chelonia mydas, foi anilhada no Parque Nacional de Santa Teresa, em Rocha, no Uruguai, quatro meses antes de ser encontrada por pescadores em Mostardas, conforme a bióloga do Ceclimar, Cariane Campos Trigo, que recebeu a confirmação sobre a procedência apenas nesta quinta.


— Vimos que a anilha metálica é da Florida. Chegamos a pensar que a tartaruga tivesse vindo dos Estados Unidos. Mandei e-mail para o centro de pesquisa na Flórida e eles me responderam que são fornecedores para diversos países. Somente agora tivemos a certeza de que ela veio do Uruguai — explica Cariane.
A tartaruga-verde, de cerca de 35 centímetros de casco e 3,9 quilos, foi entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por um grupo de pescadores e encaminhada ao Ceclimar noinício de outubro. Após identificado um problema no olho esquerdo, a tartaruga foi transferida para o Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para a avaliação de um especialista. A veterinária, mestranda em oftalmologia, Paula Stieven Hünning, realizou uma série de exames na tartaruga, na semana passada, e constatou que ela tem uma lesão de córnea:
— Estamos administrando um colírio antibiótico a cada duas horas. Na semana que vem ela deve passar por uma cirurgia para remoção do olho. É provável que ela fique bem e seja reintroduzida ao ambiente de novo.
Cuidados

Enquanto aguarda a intervenção cirúrgica, o réptil foi acomodado em um tanque com pouca água e um pano úmido para mantê-la sempre hidratada, sem ficar submersa. O diretor do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, o veterinário Marcelo Alievi, conta ainda que a paciente se alimenta bem, por meio de uma sonda.

Programas de marcação de espécies

Em vários países estão instalados programas de marcação das espécies, como o Projeto Tamar no Brasil, para desvendar as rotas migratórias.
— Sabemos que esta espécie vem para o nosso Litoral, mais ou menos neste tamanho, para se alimentar. Quando jovem é carnívora e, herbívora na idade adulta, quando atinge cerca de 60 centímetros. Por isso, quando fica adulta, vai embora do RS em busca de algas — afirma Cariane. A bióloga pede que a comunidade entre em contato com as instituições responsáveis pelo recebimento de seres marinhos sempre que encontrarem um animal, principalmente, com anilhas, para auxiliar nas pesquisas. No Litoral Norte, o contato pode ser feito com o Ceclimar pelo telefone (51) 3627-1309 (51) 3627-1309.
Fonte: Kamila Almeida / Zero Hora

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