quarta-feira, 26 de agosto de 2009

HOMENAGEM AOS BIÓLOGOS NO SEU DIA!


DEFINIÇÃO DE BIÓLOGO

Biólogo não come, degusta.
Biólogo não cheira, olfata.
Biólogo não toca, tateia.
Biólogo não respira, quebra carboidratos.
Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.
Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.
Biólogo não elogia, descreve processos.
Biólogo não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.
Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Biólogo não pensa, faz sinapses.
Biólogo não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.
Biólogo não espera retorno de chamadas, espera feedbacks.
Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.
Biólogo não perde energia, gasta ATP.
Biólogo não divide, faz meioses.
Biólogo não falece, tem morte histológica.
Biólogo não deixa filhos, apresenta sucesso reprodutivo.
Biólogo não deixa herança, deixa pool gênico.
Biólogo não tem inventário, tem hereditário.
Biólogo não deixa herdeiros ricos, pois seu valor é por peso vivo.

Um gás perigoso vem do fundo do mar Ártico

Um dos maiores temores dos pesquisadores que acompanham as mudanças climáticas está no fundo congelado do oceano Ártico. Sob o leito do mar estão os maiores depósitos de metano, um gás várias vezes mais poderoso do que o carbônico para aumentar a temperatura da Terra e destruir o clima que conhecemos desde os primórdios da civilização. Agora, um estudo publicado pelo Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, em Southampton, mostra evidências que essa bomba de gás sob o mar pode estar perto de explodir. Segundo o levantamento, o aquecimento das correntes marinhas no Ártico nos últimos 30 anos já está provocando a liberação de metano. A equipe de pesquisadores, da Alemanha e do Reino Unido, descobriu mais de 250 colunas de bolhas de metano subindo do fundo do mar em uma plataforma continental de West Spitsbergen, uma ilha da Noruega. As colunas partem do fundo a algo entre 150 e 140 metros de profundidade. A intensidade do fenômeno surpreendeu os próprios cientistas. “Nossa pesquisa foi projetada para descobrir quanto metano poderia ser liberado pelo futuro aquecimento do oceano”, disse Tim Minshull, do centro britânico. “Não esperávamos encontrar evidências tão fortes que o processo já começou”. É a primeira vez que a liberação de metano do fundo do mar é identificada na história recente da Terra. Embora a maior parte do metano se dissolva na água, parte dele chega a atmosfera e incrementa o processo de aquecimento global. Acredita-se que o metano contribuiu para os grandes períodos de aquecimento rápido da história da Terra, quando houve também grandes extinções de espécies. O detalhe é que esses grandes aumentos de temperatura do planeta, provocados por fenômenos naturais, levaram milhares de anos para ocorrer, enquanto a mudança climática atual, provocada por emissões poluentes humanas, é medida em décadas. Outro problema causado pelo metano é que, enquanto ele se dissolve na água do mar, aumenta a acidez do oceano. O mar já está absorvendo parte do excesso de gás carbônico que jogamos na atmosfera e ficando ácido por isso. Teme-se que a acidez progressiva possa afetar a base da vida marinha, compromentendo a sobrevivência de peixes e crustáceos. Essas evidências sugerem que o tempo é curto para tomar medidas que reduzam a velocidade das mudanças climáticas.
Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Londres anuncia rede de abastecimento para carros a hidrogênio. Será viável?


O prefeito de Londres, Boris Johnson, anunciou planos para criar o primeiro circuito de postos para abastecimento de hidrogênio na cidade. O plano é incentivar a adoção de veículos movidos pelo combustível, que não polui a atmosfera. Como parte do projeto, uma frota inicial de 150 carros, cinco ônibus e 20 táxis serão distribuídos na cidade para rodar a hidrogênio até a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Segundo o prefeito, os planos são ambiciosos e, dentro de 20 anos, ele espera que um em cada três dos 31 milhões de carros britânicos sejam movidos a hidrogênio. O plano se inspira em outros projeto de Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia, que anunciou a criação de 25 mil pontos de abastecimento de hidrogênio em postos de Los Angeles. Mas o caminho para o hidrogênio ainda não está garantido. Apesar dos planos gradiosos, ainda há dúvidas quanto ao futuro do hidrogênio como substituto para a gasolina. As grandes reservas mais próximas de hidrogênio em estado puro ficam no interior do Sol. Aqui na Terra, embora abundante, o hidrogênio precisa ser separado de outros elementos. Uma das principais fontes de hidrogênio é a água. Só que, para tirar o gás de água, os processos conhecidos hoje e disponíveis em escala industrial são caros e consomem vasta quantidade de eletricidade. Produzir hidrogênio para abastecer uma frota de carros criaria outro problema: como gerar essa eletricidade. Hoje, a Europa depende de usinas termelétricas, que queimam carvão e gás. Para ter hidrogênio limpo para os carros, o Reino Unido precisará também produzir grande quantidade de eletricidade de fontes limpas, como a eólicas e a solar. Ou talvez a nuclear, que não emite fumaça, embora deixe lixo radioativo por milhares de anos sem depósitos confiáveis. Construir carros e redes de abastecimento de hidrogênio são um grande passo. Mas ele também depende de como vai ser gerada a eletricidade.
Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Metano sob o Ártico começou a vazar. Isso é um perigo.


Existe um fenômeno pouco divulgado, que começou a ser identificado pelos pesquisadores. Os gigantescos depósitos de metano, localizandos embaixo da camada de solo congelado (permafrost) sob o oceano Ártico, começaram a vazar. E eles podem fazer o aquecimento global mergulhar em um processo de aceleração irreversível. É o que relatam pesquisadores da Universidade do Alasca.
Um grupo coordenado pelo cientista Igor Semiletov descobriu que o metano está borbulhando no mar cada vez mais quente do Pólo Norte. O gás escapa em bolhas de buracos na camada de gelo no leito do oceano. Mais de mil medições feitas para avaliar o metano dissolvido na água na costa da Sibéria, feitas durante o verão, revelaram que os níveis do gás estão altos como nunca. “As concentrações de metano são as mais altas já medidas no verão no Oceano Ártico”, diz Semiletov. Esse vazamento de metano é preocupante por vários motivos. Primeiro, muitos pesquisadores temem que um grande vazamento de metano do Ártico esteve ligado às transformações climáticas que provocaram uma das maiores ondas de extinção da Terra, há 250 milhões de anos, entre os períodos Permiano e Triássico. Na ocasião, 96% das espécies marinhas desapareceram e 70% dos vertebrados terrestres também sumiram. Um vazamento como esse também é associado a um período extremamente quente há 55 milhões de anos, chamado Termal Máximo do Paleoceno-Eoceno. Foi uma onda de extinções também grande, que abriu caminho para o desenvolvimento dos mamíferos atuais. A segunda razão para preocupação é que os depósitos de metano sob o oceano são tão grandes e esse gás tem um poder tão alto para aquecer a atmosfera. Segundo alguns pesquisadores, basta soltar uma pequena fração desses depósitos para que qualquer esforço para estabilizar as emissões em níveis não catastróficos fique impossível. A terceira causa para preocupação é que a agência americana responsável por oceanos e atmosfera, a NOAA, revelou que os níveis de metano na atmosfera da Terra subiram acentuadamente pela primeira vez desde 1998, quando esse acompanhamento começou. Isso indicaria que o vazamento de metano provocado pelo derretimento do Ártico já estaria alterando a química da atmosfera rapidamente. Esse metano foi gerado pela decomposição de matéria orgânica – plantas e animais – há milhões de anos, em períodos em que a Terra esteve mais quente. E esteve aprisionado sob a camada de gelo embaixo do mar durante todo esse tempo. Semiletov mede os níveis de metano na costa da Sibéria desde 1994. Nunca havia detectado elevações nos níveis de metano na década de 90. Mas desde 2003 ele diz que vem observando pontos de concentração excessiva do gás no oceano. Segundo ele, o derretimento do permafrost submarine pode ser consequência do crescente volume de água mais quente que vem dos rios siberianos. O volume deles têm aumentado devido ao derretimento do permafrost em terra firme. A linha vermelha do gráfico abaixo mostra como a descarga de metano do Ártico pode estar provocando uma elevação dos níveis de metano na atmosfera da Terra. A linha vermelha mostra o nível de metano na atmosfera desde 2004. Além da oscilação sazonal de cada ano, há uma clara elevação no último ano medido.

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Habitat, Fragmentação do Habitat, Biodiversidade.


De acordo com o habitat, as espécies podem ser classificadas em: residentes (endêmicas e cosmopolitas), visitantes e exóticas.

Residentes: realizam todo o ciclo de vida no mesmo habitat.
a) Endêmicas: distribuição é restrita a um habitat bem definido. Ex: lobo- guará.
b) Cosmopolita: ampla distribuição geográfica; em muitos habitats diferentes.
Ex: mosca doméstica.
Visitantes: presentes durante o período de migração, realizando no local apenas parte do ciclo de vida.
Ex: falcão peregrino , Trinta-Réis, Maçarico, ...
Exótica: foram trazidas de outro ambiente.
Ex: o pardal, natural da Europa e que foi introduzida na América pelo colonizador; bico-de-lacre, garça-vaqueira,...

Do ponto de vista ecológico, as espécies podem ser:

Raras: apresentam número reduzido de espécimens que podem estar concentradas numa área pequena (beija-flores, ES, AM) ou espalhados em grandes áreas (como os gaviões Harpia).
Ameaçadas: a população está em processo de diminuição atingindo um nível que põe em perigo sua sobrevivência. É o caso do mico-leão-dourado, dentre outros.

Fragmentação do Habitat: tem como conseqüências a perda da biodiversidade, alterações no clima ao longo do tempo, entre outras.
A ação antrópica pode criar novos habitats, sendo que algumas espécies poderão ser favorecidas, como é o caso das grandes cidades onde os pardais, ratos, baratas entre outros, além do próprio homem, já estão adaptados. Nas cidades litorâneas, as gaivotas já aproveitam dos restos alimentares dos humanos.

Efeitos da Fragmentação de Habitats: o processo global de fragmentação de habitats é possivelmente a mais profunda alteração causada pelo homem ao meio ambiente. Muitos hábitats naturais, que eram quase contínuos uma ou poucas gerações atrás, foram transformados em uma paisagem em mosaico formada por manchas isoladas do habitat original (ilhas de habitat) circundadas por áreas transformadas de várias formas (Fernandez, 1997). É relativamente bem conhecido que a fragmentação conduz à perda de espécies nas comunidades biológicas, o que faz com que a fragmentação de habitats seja considerada uma das maiores ameaças à biodiversidade (Diamond & May, 1976; Harris, 1984; Soulé, 1986, 1987; Shafer, 1990; Saunders et al., 1991; Boulinier et al., 2001; Fagan et al., 2002; Fahrig 2003). A intensa fragmentação dos habitats já é característica da maioria dos países temperados, mas seus efeitos são particularmente graves nos chamados “países com megadiversidade” dos trópicos, onde as perdas de biodiversidade previstas para as próximas décadas são alarmantes (Wilson, 1988). No sudeste do Brasil, por exemplo, a fragmentação já atinge um estágio muito avançado e a preservação das áreas remanescentes da Mata Atlântica nesta região foi apontada como um dos maiores problemas de conservação do País (Fonseca & Robinson, 1990; Galindo-Leal & Câmara, 2003). O processo de fragmentação de uma área tem duas conseqüências imediatas: a primeira delas é a subdivisão do habitat antes contínuo, a outra é a perda de área. Neste processo, diversos componentes que se inter-relacionam são determinantes para a persistência ou não das espécies originais. Dentre esses componentes pode-se citar o tamanho dos fragmentos, a heterogeneidade ambiental dentro de cada fragmento, a matriz de habitats do “entorno”, a conectividade entre os fragmentos e o efeito de borda (Rolstad, 1991; Fahrig, 2003). A partir desses fatores surgem os problemas a serem enfrentados pelos organismos que vivem nos fragmentos: a área é suficiente para a sobrevivência e reprodução destes? O mosaico ambiental interno permite a coexistência e a interação de diversas espécies? Dentro do fragmento o ambiente se tornou por demais depauperado? A distância entre os fragmentos permite a possibilidade de dispersão entre eles? O tipo de matriz de habitat entre os fragmentos oferece resistência à dispersão das espécies? Qual é o impacto dos novos hábitats circundantes e da borda? A redução de diversidade como conseqüência da fragmentação, por sua vez, ocorre por dois processos distintos, que atuam em tempos diferentes. O primeiro, em um curto prazo, é a perda imediata de espécies durante o processo que levou à fragmentação do habitat – por exemplo, durante o desmatamento. O outro processo, menos óbvio, é o de isolamento (“insularização”). Por exemplo, após um habitat qualquer (que pode ser uma floresta, um cerrado, um campo ou mesmo um sistema de riachos), antes contínuo, ter sido reduzido a uma série de “ilhas de habitat”, são esperadas várias extinções de espécies nestas ilhas. Isto acontece porque muitas populações nelas contidas não são viáveis no longo prazo (Soulé, 1987), levando a riqueza a diminuir até se “encaixar” em uma faixa de valores correspondente à área das ilhas em questão e previsível com base na teoria de equilíbrio de biogeografia de ilhas, como uma relação estreita entre a área ocupada por uma comunidade e sua riqueza de espécies (MacArthur & Wilson, 1967; McGuiness, 1984). Uma conseqüência importante disso, em termos de biologia da conservação de espécies, é que se for isolada uma população de onças em uma mata pequena, não é preciso abatê-las para que a se extingüam; isto é apenas uma questão de tempo (Fonte: Paglia, A.; Fernandez, F.A.S. & Marco Jr., P. de – ICB/UFMG).

Um exemplo de estudo de caso sobre efeitos da fragmentação de habitat:

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT SOBRE Apis mellifera E ABELHAS NATIVAS EM VEGETAÇÃO DE PANTANAL, CÁCERES – MT.
Barbosa, Michelli Ferreira(1); Galbiati, Carla (2) 1 Acadêmico do curso de Agronomia – UNEMAT. Campus Universitário de Cáceres.– e-mail: michelliferreira_agro@hotmail.com; 2 Professor Orientador,
Depto de Agronomia, UNEMAT. e-mail:
carla@unemat.br

Resumo: A fragmentação de habitat é a transformação de regiões de vegetação natural contínua em porções isoladas, com dimensões, formas e graus de isolamento diversos, sendo conseqüências da atual dinâmica de uso da terra pelo homem. Os efeitos de borda e de área são os mais importantes fatores que levam às mudanças em comunidades fragmentadas, causando a redução da população de polinizadores, como as abelhas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o efeito da fragmentação de habitat quanto à abundância de Apis mellifera e diversidade de espécies nativas de abelha na base de pesquisa do CELBE (Centro de Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia/ UNEMAT), no município de Cáceres – MT. O fragmento estudado, com extensão de 42 ha, encontra-se na área urbana do município, as margens da baia do Malherios. Para coleta foi utilizada armadilhas tipo frasco caça mosca com essência de baunilha (Vanilla planifolia) e de capim limão (Cymbopogom citratus). As armadilhas foram distribuídas no centro e nas bordas das quatro direções Norte, Sul, Leste, Oeste do fragmento, em transectos de 200m, espaçadas de 50 em 50m de distância, uma armadilha de cada tipo de essência por pontos, sendo 8 armadilhas/ transecto. No centro do fragmento foi usados quatro transectos, como descritos para bordas, totalizando 64 armadilhas no fragmento. A coleta foi realizada em junho de 2008, as armadilhas foram mantidas no campo por sete dias. Os espécimes coletados foram alfinetados e identificadas em nível de morfoespécie com auxilio de chave taxonômica e posteriormente quantificadas. Nas bordas do fragmento foram encontradas cinco espécies diferentes de abelhas com abundância total de 189 indivíduos, sendo a mais abundante Bombus spp. com 175 indivíduos, seguida por Euglossinae sp. 2 (10), Euglossinae sp. 1 (2), Trigonini sp.1 (1) e Trigonini sp.2 (1). No centro a riqueza de abelhas nativas diminuiu para três espécies assim como a abundância, sendo representada por Bombus spp. (27), Euglossinae sp.1 (2) e Euglossinae sp. 2 (4). A. mellifera não foi coletada no fragmento. A riqueza e a abundância de abelhas nativas reduziram no centro do fragmento mesmo sem a presença de A. mellifera, isto indica que outro fator deve influenciar a comunidade de abelhas nativas, como a disponibilidade de recurso, que pode ser maior nas bordas.
Palavras-chave: Bombus, efeito de borda, recurso.

Corredores Ecológicos ou Corredores de Biodiversidade: são áreas que têm a finalidade de interligar fragmentos florestais isolados e possibilitam: o maior trânsito de animais, a dispersão de sementes, o intercâmbio genético entre espécies da flora e da fauna, a preservação da biodiversidade, a proteção dos rios, a proteção do solo, o equilíbrio do clima e a recuperação da paisagem. Os corredores podem unir Unidades de Conservação, Reservas Particulares, Reservas Legais, Áreas de Preservação Permanente ou quaisquer outras áreas de florestas naturais.
Do ponto de vista legal, foram idealizadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, (Lei 9985/2000), no Artigo 2º: são porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
O conceito de corredor ecológico é novo no Brasil, mas sua aplicação é de extrema importância para a recuperação e preservação, por exemplo, da Mata Atlântica, já que os remanescentes estão espalhados por milhares de pequenos e médios fragmentos florestais. O conceito surgiu na década de 1990 e é uma das principais estratégias utilizadas na conservação da biodiversidade de determinado local. A eficiência dos corredores, porém, é um assunto controverso, pois há poucos estudos, em geral feitos no hemisfério norte
, que confirmam a adoção dos corredores pelos animais.
Estes fragmentos são ilhas de biodiversidade que guardam as informações biológicas necessárias para a restauração dos diversos ecossistemas que integram o Bioma. Ligar um trecho de mata a um outro trecho é uma das principais funções do corredor ecológico, para que uma área protegida não fique isolada e possa se abrir para outros locais e espécies nativas. O projeto de um corredor ecológico permite o trânsito de espécies de fauna e flora entre as matas interligadas. Os corredores de biodiversidade são planejados em áreas de forte influência e importância biológica, onde se concentram grande parte da biodiversidade de animais, vegetais e demais reinos. É uma rede de áreas protegidas que passam por graus de ocupação humana. O manejo nestes corredores ocorre de forma integrada para desenvolver a possibilidade de sobrevivência das espécies, do ecossistema e de uma economia local sustentável que respeite os recursos naturais. Na Mata Atlântica, os corredores de biodiversidade objetivam conectar os fragmentos de florestas.
No Brasil, os corredores ecológicos são planejados e executados pela iniciativa governamental e pelas ONG´s ambientais. Entre os corredores brasileiros podemos destacar: Corredor Central da Mata Atlântica; Corredor Central da Amazônia; Corredor do Amapá; Corredor do Cerrado; Corredor da Serra do Mar; Corredor do Nordeste.

Um exemplo:
A Mata Atlântica é uma floresta tropical associada a diversos ecossistemas e desenvolve-se pelo litoral das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, com extensões variadas avançando para o interior. As florestas tropicais constituem ecossistemas com a maior diversidade biológica de todo o planeta, resultado do clima e da altitude ao longo de toda a sua extensão original. A maior parte das espécies da fauna e flora endêmicas à Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção, conseqüência da ação antrópica que reduziu a floresta à cerca de 7% da cobertura original, desde a época do descobrimento (Consórcio Mata Atlântica-UNICAMP, 1992). Atualmente, mais da metade da população brasileira, cerca de 100 milhões de pessoas, habitam a área correspondente à Mata Atlântica, aproximadamente 2.000.000 Km2 (Pereira, 1999). As áreas de florestas que restaram são de mata fragmentada remanescente, formando “ilhas de mata” isoladas e chamadas de fragmentos florestais. A importância desses fragmentos se deve ao fato da inexistência de áreas extensas de mata nativa. Eles são responsáveis por manter a diversidade de espécies, cada vez mais comprometidas pela ação do homem, além da conservação dos recursos hídricos. Cada fragmento possui características que limitam a sua utilização para conservação da diversidade biológica. Fatores como, tamanho, forma, localização e grau de isolamento são de grande relevância no processo de tomada de decisão para a escolha dos fragmentos mais importantes (Pereira, 1999). Grande parte dos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica é de propriedade privada e foram preservados em atendimento à legislação. São numerosos e possuem reduzida área contínua. Os fragmentos de maior área contínua são poucos e constituem unidades de conservação em forma de reservas biológicas ou parques. Segundo Brites (1998), o isolamento entre os fragmentos constitui uma barreira muitas vezes intransponível para diversas espécies. Promover a interligação entre esses fragmentos é o mesmo que integrar suas respectivas áreas, reduzindo o grau de isolamento e formando uma grande porção de área contínua. Tal fato permite a movimentação da fauna silvestre entre fragmentos, o que facilita em muito o fluxo genético e a dispersão de sementes, a sobrevivência de espécies territorialistas e a diminuição da taxa de extinção. Este documento apresenta como estratégia a criação de um Mini Corredor Ecológico interligando os principais remanescentes florestais existentes na Área de Proteção Ambiental do Pratigi e seu entorno. A APA do Pratigi está localizada na região do Baixo Sul da Bahia, que se situa a 270 quilômetros de Salvador, abrangendo uma área de 6.139 Km² com 259 mil habitantes distribuídos nos municípios de Valença, Tancredo Neves, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Piraí do Norte, Igrapiúna, Camamu, Ibirapitanga e Maraú. O Baixo Sul da Bahia está situado na região de abrangência do Projeto de implantação do Corredor Central da Mata Atlântica, integrante do Sub-Programa Corredores Ecológicos, do Programa Piloto para as Florestas Tropicais Brasileiras do PPG-7.

NOTÍCIAS
Minc destaca importância dos corredores ecológicos para preservar fauna e flora
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quarta-feira (22/10/2008) não haver outra forma de preservar fauna e flora que não em contínuos florestais como os corredores ecológicos, formados por unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício. O ministro abriu os trabalhos da oficina sobre Implementação de Corredores Ecológicos, organizada pelo Projeto Corredores Ecológicos do MMA, em Brasília, para discutir experiências positivas, trocar informações e pensar os próximos passos do Projeto. Participam do evento, secretários de Meio Ambiente dos Estados da Bahia e Espírito Santo, além de doadores internacionais e sociedade civil."Eu sou um defensor dos corredores ecológicos", afirmou o ministro, complementando que eles, como grandes áreas de conservação da biodiversidade, também se beneficiarão de ações em curso pelo MMA para criação, implantação, monitoramento e fiscalização de áreas protegidas. Entre as medidas constam criação de novas unidades de conservação, Programa de Turismo nos Parques, edital para 40 Planos de Manejo que deverá sair em novembro, atuação da Câmara de Compensação Ambiental por meio de convênio com a Caixa Econômica Federal, formação de novos fiscais, além do preço mínimo para produtos extrativistas. O ministro salientou, ainda, o caráter positivo da descentralização na execução do Projeto Corredores Ecológicos, apesar das dificuldades inerentes a um projeto piloto que deverão ser avaliadas e vencidas. A secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito, reforçou as palavras do ministro, afirmando que o ministério fará esforços para promover a descentralização de maneira mais efetiva e que as experiências sejam replicadas em todos os biomas brasileiros. A oficina segue nos dias 23 e 24 no Hotel Airam, em Brasília, com a participação de técnicos do projeto em 19 apresentações sobre a gestão de corredores e oficinas abertas ao debate sobre questões como reconhecimento legal de Corredores Ecológicos e próximos passos do Projeto. Será lançada também, durante o evento, a Série Corredores Ecológicos - Experiências em Implementação de Corredores Ecológicos, que traz neste segundo volume dez artigos que reforçam a importância desta experiência piloto como instrumento de planejamento para a Política Nacional de Áreas Protegidas do Brasil. O Projeto Corredores Ecológicos - que teve início em 2002 no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais no Brasil - lida com a dinâmica da fragmentação e promove a formação e a conservação de grandes corredores de conservação da biodiversidade, formados por unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício. Dos sete grandes corredores identificados, representando aproximadamente 25% das florestas tropicais úmidas do Brasil, foram priorizados dois como experiências-piloto - Corredor Central da Amazônia, com 52 milhões de hectares, e Corredor Central da Mata Atlântica, com 21,5 milhões de hectares. Os critérios de seleção variavam desde a integridade da paisagem natural, abundância e riqueza de espécies, grau de ameaça dos grupos de organismos mais conhecidos, até a diversidade de ecossistemas e comunidades de espécies e potencial de conectividade entre comunidades terrestres e aquáticas. O Projeto Corredores Ecológicos diferencia-se por uma abordagem abrangente, descentralizada e participativa, permitindo que governo e sociedade civil compartilhem a responsabilidade pela conservação da biodiversidade, podendo planejar, juntos, a utilização dos recursos naturais e do solo. Fonte: MMA.

SEGUNDO A WWF BRASIL:

Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação.

Quantas espécies existem no mundo?

Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 1,5 milhão de espécies. Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas da Amazônia.

Quais as principais ameaças à biodiversidade?

A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos. A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção. A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impedem a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país. A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também podem ser prejudiciais, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país. O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.

O que é a Convenção da Biodiversidade?

A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal para assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Mais de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993. O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de 1992, quando o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas, a Rio-92, para conciliar os esforços mundiais de proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico. Contudo, ainda não está claro como a Convenção sobre a Diversidade deverá ser implementada. A destruição de florestas, por exemplo, cresce em níveis alarmantes. Os países que assinaram o acordo não mostram disposição política para adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja meta é assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas florestas, na zona costeira e nos rios e lagos. O WWF-Brasil e sua rede internacional acompanham os desdobramentos dessa Convenção desde sua origem. Além de participar das negociações da Conferência, a organização desenvolve ações paralelas como debates, publicações ou exposições. Em 2006, a reunião ocorreu em Curitiba, PR.

Ao contrário de São Paulo, Paris investe para tirar os carros de suas marginais.


Cada cidade tem sua estratégia para reduzir os congestionamentos. Diante do caos no trânsito e da nossa dependência no transporte individual, o governo de São Paulo decidiu a ampliar as pistas de rolagem da Marginal Tietê, uma das principais vias de acesso da cidade e ponto de concentração de recordes de congestionamento. Serão 22 quilômetros a mais de asfalto, além de viadutos. Um investimento de R$ 1,3 bilhão. Prometem que a reforma vai reduzir 30% dos congestionamentos. Embora as pistas interditadas para a obra já esteja aumentando os congestionamentos. E embora uma expansão de pista sempre atraia novos veículos, o que aumenta o trânsito.
Enquanto isso, em Paris, a estratégia é outra. A cidade está tirando pista de rolagem da marginal de lá. Eles estão reformando um conjunto de avenidas que contornam a cidade. A linha é chamada Tramway des Maréchaux (Bonde dos Marechais) porque corre no circuito de boulevards que levam o nome de vários marechais da época de Napoleão. São veículos leves sobre trilhos (VLT), uma espécie de bonde bem moderno, com capacidade para levar 200 passageiros cada. O primeiro trecho, com um terço do percurso, já está pronto. Além de levarem o mesmo número de passageiros que três ônibus grandes, os bondes de Paris, como boa parte dos novos VLTs, correm sobre trilhos instalados sobre um gramado.
Em Paris, o trilho no gramado contribui para a beleza e para o ar puro da cidade. Na Marginal Tietê, ainda teria a vantagem de facilitar a absorção de água das chuvas, reduzindo o impacto das enchentes.
Autor: Alexandre Mansur/Blog do Planeta

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CARTA DA TERRA




PREÂMBULO

Estamos num momento crítico da história da Terra, numa época em que a humanidade tem de escolher o seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro encerra, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para avançar, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana, e uma só comunidade na Terra, com um destino comum.

Devemos conjugar forças para gerar uma sociedade global sustentável, baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica, e numa cultura da paz. Para alcançar este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos a nossa responsabilidade uns para os outros, para com a grande comunidade da vida, e para com as gerações futuras.

Terra, a Nossa Casa

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, a nossa casa, está viva como comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da sobrevivência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação das comunidades vivas, e o bem-estar da humanidade, dependem da manutenção de uma biosfera saudável em todos os seus sistemas ecológicos, uma enorme diversidade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O ambiente global com seus recursos não renováveis, é uma preocupação comum a todas as pessoas. A proteção da beleza, diversidade e vitalidade da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão a provocar a devastação dos ecossistemas, a redução drástica dos recursos, e uma explosiva extinção de espécies. As comunidades estão a ser minadas. Os benefícios do desenvolvimento não são partilhados equitativamente, e o fosso entre ricos e pobres aumenta colossalmente. A injustiça, a pobreza, a iletracia e os conflitos armados têm aumentado, e são a causa de muitos sofrimentos. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológicos e sociais. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas mas evitáveis.

Desafios para o futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou pôr em risco a nossa existência e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais nos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas estiverem ao alcance de todos, o desenvolvimento humano estará voltado, primariamente, a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer todos e reduzir os impatos sobre o ambiente. O crescimento de uma sociedade civil global está a criar novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Os nossos desafios em questões ambientais, econômicas, políticas, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos estabelecer soluções que incluam todos estes aspectos.

Responsabilidade Universal

Para aceitarmos estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade global, bem como com as nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e do mundo, no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um partilha da responsabilidade pelo bem-estar atual, e o futuro da humanidade e de todo o mundo vivo. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com todas as formas de vida é fortalecido quando vivemos com reverência pelo mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade, considerando o lugar que ocupa o ser humano da Natureza.

Necessitamos urgentemente de uma visão conjunta de valores básicos, para proporcionar um fundamento ético à comunidade global emergente. Por isso, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como objetivo comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR A COMUNIDADE DA VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda a sua diversidade.
a) Reconhecer que todos os seres estão interligados e que cada forma de vida tem valor, independentemente da sua utilidade para os seres humanos.

b) Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a) Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de impedir danos causados ao ambiente, e de proteger os direitos das pessoas.

b) Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica aumento da responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

a) Assegurar que as comunidades, a todos os níveis, garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais, e proporcionem a cada um a oportunidade de usar o seu potencial.

b) Promover a justiça econômica e social, proporcionando a todos alcançar uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.

a) Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

b) Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, a longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro grandes compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e repor a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica, e pelos processos naturais que sustentam a vida.

a) Adotar planos e estratégias de desenvolvimento sustentável, a todos os níveis, que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integrante de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b) Estabelecer e proteger de forma viável as reservas naturais e a biosfera, incluindo regiões selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar a nossa herança natural.

c) Promover a recuperação de espécies e de ecossistemas ameaçados.

d) Controlar e erradicar organismos não-nativos ou geneticamente modificados que causem dano às espécies nativas, ao ambiente, e prevenir a introdução desses organismos.

e) Gerir o uso de recursos renováveis como a água, o solo, os produtos florestais e vida marinha de uma forma que não ultrapasse as taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.

f) Gerir a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis por forma a que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir os impactos negativos para o ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma abordagem de precaução.

a) Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais, mesmo quando a informação científica for incompleta ou inconclusiva.

b) Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo, e responsabilizar as partes pelos danos causados no ambiente.

c) Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.

d) Impedir a poluição de qualquer parte do ambiente, e não permitir o aumento de produção de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e) Evitar que o ambiente seja danificado por atividades militares.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b) Atuar com restrição e eficiência em relação ao consumo energético e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e a eólica.

c) Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais seguras.

d) Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda, e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

e) Garantir acesso universal aos cuidados médicos que fomentem a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f) Adotar modos de vida que acentuem a qualidade de vida e a subsistência material num mundo finito.

8. Desenvolver o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a permuta aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

a) Apoiar a cooperação científica e tecnológica internacional relacionada com a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b) Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual, em todas as culturas, que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

c) Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis no domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

a) Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os necessários recursos nacionais e internacionais.

b) Proporcionar educação e recursos a cada ser humano, para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar segurança social, e rendimentos sociais a todos aqueles que não capazes de manter-se por conta própria.

c) Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir aqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver as suas capacidades e alcançar as suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas, a todos os níveis, promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.

a) Promover a distribuição eqüitativa da riqueza internamente e entre as nações.

b) Promover o desenvolvimento dos recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento, e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.

c) Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursossustentáveis, a proteção ambiental e normas laborais progressistas.

d) Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum, e responsabilizá-las, pelas conseqüências das suas atividades.

11. Afirmar a igualdade e a equidade entre sexos como pré-requisito para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência na saúde e às oportunidades econômicas.

a) Assegurar os direitos humanos das mulheres e das jovens e acabar com toda a violência contra elas.

b) Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural, como parceiras plenas e paritárias, decisórias, líderes e beneficiárias.

c) Fortalecer as famílias, e garantir a segurança e a educação de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar psíquico, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e das minorias.

a) Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como baseadas em raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

b) Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, educação, terras e recursos, assim como às suas práticas, relacionadas com formas sustentáveis de vida.

c) Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir o seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

d) Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.

a) Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

b) Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.

c) Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.

d) Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.

e) Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f) Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e capacidades necessárias para um modo de vida sustentável.

a) Oferecer a todos, especialmente às crianças e aos jovens, oportunidades de educação que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

b) Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na Educação para a sustentabilidade.

c) Intensificar o papel dos média no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.

d) Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a) Impedir maus tratos aos animais integrados em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.

b) Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca, que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.

c) Eliminar ou evitar até ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

a) Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, internamente e entre as nações.

b) Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos armados e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

c) Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa, e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

d) Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.

e) Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e paz.

f) Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a universalidade da qual somos parte.

O CAMINHO EM FRENTE

Como nunca antes na história, o destino comum chama-nos para encontrar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global.

A nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão as suas próprias e distintas formas de concretizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta pela verdade e pela sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmoniosamente conjugar diversidade com unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo o indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar.

As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade eficaz.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar o seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir as suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra como um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova veneração face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.

Para mais informações - http://www.cartadaterrabrasil.org

ORAÇÃO POR UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL


Pai , tu que criastes o universo, e nele o planeta terra, reeduca os teus filhos, a respeitarem a natureza. Fortalece em cada um deles, o sentimento de sustentabilidade, ao cuidar de si mesmo (na higienização, na alimentação no repouso saudável). Daí a eles Senhor, respeito, amor e tolerância para o convívio com os seus semelhantes. (Re)ensina-os a lidar com a natureza. Não os deixe, em suas interações com o meio, degradar, entulhar , envenenar, queimar, impactar etc. Orienta-os Senhor para que eles, os teus filhos, respeitem as leis do trânsito, dos códigos de postura das cidades; do silêncio alheio, das propagandas enganosas veiculadas pela mídia. Respeitem os direitos dos idosos e deficientes. Contra o cinismo daqueles que “furam fila”. Contra a corrupção e da impunidade política. Do abuso de autoridade de gestores. Daqueles que provocam o stress emocional ao seu próximo. Liberta-os Senhor da fome , do desemprego, da hipocrisia, da mendicância, da prostituição infanto-juvenil, do modelo social do ser e não do ter; enfim das injustiças. Perdoa-nos Senhor pela falta de tempo para cultivarmos uma vida fraterna, pelas atrocidades que até agora estamos cometendo ao meio ambiente; por não respeitarmos as diferenças sócio-culturais. Dai-nos hoje Senhor sabedoria para elaboração de tecnologias limpas e saudáveis ao meio ambiente. Livrai-nos Senhor de uma ausência de sustentabilidade. Eliminai da mente humana a ganância desenfreada na busca inconsequente do lucro pelo lucro. Pedimos-te Senhor mudanças em nossos valores culturais, deixando de depredar a natureza, assimilando valores de preservação sustentável, ao praticar permanentemente a Educação Ambiental.
Que todos não só assimilem, mais pratiquem em seu dia a dia a EA, de maneira comprometida na busca da qualidade de vida para todos. Por tudo isso te agradecemos Senhor.
Amém!
Autores: Claudine Okabe, Raimundo do Rosário. (especialistas em Sociologia e Educação Ambiental) Belém-Pa.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Combate às Mudanças Climáticas


Primeiro passo no combate às mudanças climáticas

Passo essencial

Fazer com que o Protocolo de Quioto se torne lei internacional é um primeiro passo essencial para combater as mudanças climáticas.

O acordo entre os países para combater a mudança climática foi lançado em 1992 no Rio de Janeiro. Todos concordaram que as atividades humanas estavam afetando nosso clima e alterando o modo com que ele se transforma. Reduções obrigatórias de emissões, implementadas por políticas nacionais e internacionais são a chave para combater as mudanças climáticas.

Fazer com que o Protocolo de Quioto se torne lei internacional é um primeiro passo essencial para combater as mudanças climáticas. Esse tratado é o único no mundo que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. O tratado constitui também a base para uma ação global cada vez mais eficaz contra as mudanças climáticas nas próximas décadas.

Até o dia 9 de fevereiro de 2005, 168 países ratificaram ou integraram-se ao Protocolo de Quioto, incluindo o Brasil. No dia 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Quioto entrou em vigor.

O Protocolo de Quioto faz parte e implementa a convenção-quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças do Clima. Segundo o acordo, os países industrializados que ratificaram o protocolo (lembrando que a administração Bush afirmou que os EUA não iriam participar) devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis de 1990 até 2012.

O compromisso conjunto de redução das emissões de gases de efeito estufa soma 5%. Cada país tem uma meta diferente dentro da meta global. Participantes podem reduzir as emissões nacionalmente e/ou podem usar as vantagens dos chamados "mecanismos de flexibilização" (Comércio de Emissões, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Implementação Conjunta), como também usar o carbono absorvido nos chamados "sumidouros", como florestas e terras agrícolas, para compensar suas necessidades de redução. Punições serão aplicadas aos países que não cumprirem suas metas.

Em 2005, em todo o mundo, houve a maior quantidade já registrada de tempestades (26), a maior quantidade de furacões (14 - tempestades com ventos acima de 119 km/h) e a maior quantidade de furacões de categoria 5 (com ventos acima de 249 km/h). Para evitar o impacto ainda maior do aquecimento global, será preciso reduzir as emissões globais entre 2015 e 2020. Os países industrializados terão que diminuir suas emissões em 30% até 2020. Segundo um documento que está sendo produzido pela Rede WWF, isso requer reduções significativas e rápidas das emissões provenientes de todas as fontes, incluindo o desmatamento.

O Protocolo de Quioto não prevê qualquer meta obrigatória para países em desenvolvimento. No entanto, os países em desenvolvimento têm a obrigação de calcular seus inventários e desenvolver políticas e medidas que reduzam suas emissões. Isso se adequa ao que foi afirmado na convenção: os países desenvolvidos, principal fonte de gases de efeito estufa, devem ser os primeiros a controlar suas emissões.

Fonte: WWF

Negociações Climáticas


Pontos-chaves para um bom acordo global de clima

Bonn (Alemanha) - O novo acordo global de clima, que deve ser assinado em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca), durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, deve trazer alguns pontos-chaves que tenham a capacidade de salvar o planeta dos efeitos devastadores das mudanças climáticas.

A atual reunião de Bonn, apesar de ser considerado um encontro informal, objetiva preparar as bases das discussões para os próximos meses. A Rede WWF, incluindo representantes da equipe de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, está acompanhando as negociações e sugere alguns pontos-chaves que devem ser tratados pelos países participantes para se chegar a um acordo global de clima justo e eficiente:

• Concordar que o aquecimento global precisa ser mantido bem abaixo dos 2º C comparado com os níveis pré-industriais;

• Garantir que as emissões mundiais de gases de efeito estufa atinjam um pico bem antes do ano de 2020 e diminuam rapidamente até chegar a uma redução de 80% até 2050 em relação aos níveis de 1990;

• Concordar que os países industrializados reduzam suas emissões em, ao menos, 40% até 2020 e 95% até 2050 em relação aos níveis de 1990, com os Estados Unidos adotando compromissos de redução comparáveis em natureza, intensidade e verificabilidade, e respeitando os limites impostos por um teto mundial de emissões;

• Definir os meios para financiar os esforços vitais de adaptação dos países em desenvolvimento;

• Facilitar a transição para uma economia de baixo carbono por meio de tecnologias verdes e limpas por meio de um conjunto global de Programas de Ações Tecnológicas para difundir e transferir tecnologias para o mundo todo;

• Fornecer acesso por parte dos países emergentes e outros países em desenvolvimento a tecnologias limpas e a níveis adequadas de financiamento para comprometer-se com o desenvolvimento de baixa emissão;

• Criar a “Agência Climática de Copenhague” e outras estruturas institucionais sob a UNFCCC para implementar o acordo de Copenhague;

• Apoiar medidas cruciais para proteger as florestas e a meta de desmatamento zero até 2020;

• Concordar que, em Copenhague, deverá ser acordado o Protocolo de Quioto revisitado e um novo Protocolo de Copenhague (“solução por dois protocolos”) para garantir as ações urgentes sejam, de fato, implementadas.

Fonte:WWF

Brasil X Negociações Internacionais X Clima


Brasil apresentará suas metas de redução

Bonn (Alemanha) – A proposta ainda não está na mesa, mas a intenção do Brasil em apresentar metas de redução da emissão de gases de efeito estufa pode trazer um gás adicional para as negociações climáticas. O País anunciou que pretende depositar suas ações de mitigação das mudanças climáticas no registro internacional Namas (sigla em inglês para Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas).

O anúncio não é exatamente inovador, mas representa uma reviravolta nas posições brasileiras. O quanto o Brasil pretende reduzir até 2020 será calculado com base na redução do desmatamento prevista no Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Pelo plano, o Brasil se propõe a cortar o desmatamento na Amazônia em 70% até 2017.O anúncio brasileiro garante gás adicional à boa fase que está vivendo o tema nas negociações internacionais. Outros grandes países em desenvolvimento, como China, Índia, África do Sul e México, poderão seguir o exemplo e também apresentar suas ações nacionais. Da mesma forma, espera-se que os países desenvolvidos também apresentem seus números, e que estes sejam ambiciosos o suficiente para que o mundo consiga conter o aquecimento global e evitar que a temperatura da Terra suba menos de 2ºC em comparação com a época pré-industrial, essencial para evitar piores conseqüências das mudanças climáticas.

No entanto, o pró-ativismo brasileiro precisa ser coerente com a sua atuação nacional, enfraquecida por medidas como a aprovação da Medida Provisória 458, conhecida como a MP da Grilagem por legislar sobre regulação fundiária na maior floresta tropical do planeta.

Fonte:WWF

Mudanças Climáticas


Em 2009, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima estará mais quente que nunca. O motivo é que este ano os países se comprometeram a assinar um novo acordo global de clima para entrar em vigor depois que o Protocolo de Quioto acabar, ou seja, em 2012.

Para garantir que este acordo seja justo e eficiente, o WWF-Brasil e a Rede WWF estão trabalhando intensamente para influenciar os negociadores dos países membros da Convenção.

Bonn avança pouco e aumenta expectativa para reuniões da ONU em setembro
Posted on 14 August 2009.

A falta de consenso sobre o nível e a fonte dos recursos financeiros para países emergentes foi o principal obstáculo da rodada de negociações climáticas, encerrada na sexta-feira, 14, em Bonn (Alemanha). Para a Rede WWF, o encontro perdeu a oportunidade de acelerar as discussões necessárias para se obter um acordo global de clima justo e eficiente na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, que acontece em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca).

O recente comprometimento dos países do G8+5 em manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, em relação aos níveis pré-industriais, orientaram alguns pontos do encontro. Também foi positivo, o número cada vez maior de países que apóiam a proposta de um acordo vinculativo e global para a redução dos gases de efeito estufa. No entanto, tais avanços não são suficientes para o sucesso das negociações.

Com isso, aumenta a expectativa para os encontros de alto-escalão das Nações Unidas, em setembro. Durante as reuniões da Assembléia Geral da ONU, os líderes das nações mais ricas do planeta terão a oportunidade de oferecer o suporte político necessário ao processo de negociação. Ao mesmo tempo, as partes da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima) deverão mostrar contribuições efetivas para conter o aquecimento global.
“Nosso desejo era que os negociadores presentes em Bonn, tivessem tomado iniciativas concretas. Mas as delegações usaram muito tempo para discutir procedimentos e aspectos técnicos. Esta não é a forma de superar a desconfiança entre as nações ricas e as pobres”, afirma a líder da Iniciativa Climática Global do WWF-Internacional, Kim Carstensen, explicando: “Os poucos avanços se devem a entraves políticos. Os líderes globais precisam destravar o processo durante as reuniões da ONU.”

Para as reuniões de setembro, a principal expectativa da Rede WWF é o estabelecimento de compromissos que viabilizem recursos financeiros na escala de US$160 bilhões ao ano, para que o encontro em Copenhagen seja bem sucedido.“Sem comprometimentos ou fundos é impossível estabelecer um sólido acordo global de clima. É como dizer para um gerente comandar uma empresa, sem falar a ele qual é o orçamento”, finaliza Carstensen.

A próxima rodada de negociações está marcada para Bangkok (Tailândia), entre 28 de setembro e 9 de outubro, quando deve ser dado um sinal claro de que um acordo ambicioso será firmado em Copenhagen
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Fonte: WWF