quarta-feira, 26 de agosto de 2009
DEFINIÇÃO DE BIÓLOGO

Um gás perigoso vem do fundo do mar Ártico

Londres anuncia rede de abastecimento para carros a hidrogênio. Será viável?

Metano sob o Ártico começou a vazar. Isso é um perigo.

Um grupo coordenado pelo cientista Igor Semiletov descobriu que o metano está borbulhando no mar cada vez mais quente do Pólo Norte. O gás escapa em bolhas de buracos na camada de gelo no leito do oceano. Mais de mil medições feitas para avaliar o metano dissolvido na água na costa da Sibéria, feitas durante o verão, revelaram que os níveis do gás estão altos como nunca. “As concentrações de metano são as mais altas já medidas no verão no Oceano Ártico”, diz Semiletov. Esse vazamento de metano é preocupante por vários motivos. Primeiro, muitos pesquisadores temem que um grande vazamento de metano do Ártico esteve ligado às transformações climáticas que provocaram uma das maiores ondas de extinção da Terra, há 250 milhões de anos, entre os períodos Permiano e Triássico. Na ocasião, 96% das espécies marinhas desapareceram e 70% dos vertebrados terrestres também sumiram. Um vazamento como esse também é associado a um período extremamente quente há 55 milhões de anos, chamado Termal Máximo do Paleoceno-Eoceno. Foi uma onda de extinções também grande, que abriu caminho para o desenvolvimento dos mamíferos atuais. A segunda razão para preocupação é que os depósitos de metano sob o oceano são tão grandes e esse gás tem um poder tão alto para aquecer a atmosfera. Segundo alguns pesquisadores, basta soltar uma pequena fração desses depósitos para que qualquer esforço para estabilizar as emissões em níveis não catastróficos fique impossível. A terceira causa para preocupação é que a agência americana responsável por oceanos e atmosfera, a NOAA, revelou que os níveis de metano na atmosfera da Terra subiram acentuadamente pela primeira vez desde 1998, quando esse acompanhamento começou. Isso indicaria que o vazamento de metano provocado pelo derretimento do Ártico já estaria alterando a química da atmosfera rapidamente. Esse metano foi gerado pela decomposição de matéria orgânica – plantas e animais – há milhões de anos, em períodos em que a Terra esteve mais quente. E esteve aprisionado sob a camada de gelo embaixo do mar durante todo esse tempo. Semiletov mede os níveis de metano na costa da Sibéria desde 1994. Nunca havia detectado elevações nos níveis de metano na década de 90. Mas desde 2003 ele diz que vem observando pontos de concentração excessiva do gás no oceano. Segundo ele, o derretimento do permafrost submarine pode ser consequência do crescente volume de água mais quente que vem dos rios siberianos. O volume deles têm aumentado devido ao derretimento do permafrost em terra firme. A linha vermelha do gráfico abaixo mostra como a descarga de metano do Ártico pode estar provocando uma elevação dos níveis de metano na atmosfera da Terra. A linha vermelha mostra o nível de metano na atmosfera desde 2004. Além da oscilação sazonal de cada ano, há uma clara elevação no último ano medido.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Habitat, Fragmentação do Habitat, Biodiversidade.

Residentes: realizam todo o ciclo de vida no mesmo habitat.
a) Endêmicas: distribuição é restrita a um habitat bem definido. Ex: lobo- guará.
b) Cosmopolita: ampla distribuição geográfica; em muitos habitats diferentes.
Ex: mosca doméstica.
Visitantes: presentes durante o período de migração, realizando no local apenas parte do ciclo de vida.
Ex: falcão peregrino , Trinta-Réis, Maçarico, ...
Exótica: foram trazidas de outro ambiente.
Ex: o pardal, natural da Europa e que foi introduzida na América pelo colonizador; bico-de-lacre, garça-vaqueira,...
Do ponto de vista ecológico, as espécies podem ser:
Raras: apresentam número reduzido de espécimens que podem estar concentradas numa área pequena (beija-flores, ES, AM) ou espalhados em grandes áreas (como os gaviões Harpia).
Ameaçadas: a população está em processo de diminuição atingindo um nível que põe em perigo sua sobrevivência. É o caso do mico-leão-dourado, dentre outros.
Fragmentação do Habitat: tem como conseqüências a perda da biodiversidade, alterações no clima ao longo do tempo, entre outras.
A ação antrópica pode criar novos habitats, sendo que algumas espécies poderão ser favorecidas, como é o caso das grandes cidades onde os pardais, ratos, baratas entre outros, além do próprio homem, já estão adaptados. Nas cidades litorâneas, as gaivotas já aproveitam dos restos alimentares dos humanos.
Efeitos da Fragmentação de Habitats: o processo global de fragmentação de habitats é possivelmente a mais profunda alteração causada pelo homem ao meio ambiente. Muitos hábitats naturais, que eram quase contínuos uma ou poucas gerações atrás, foram transformados em uma paisagem em mosaico formada por manchas isoladas do habitat original (ilhas de habitat) circundadas por áreas transformadas de várias formas (Fernandez, 1997). É relativamente bem conhecido que a fragmentação conduz à perda de espécies nas comunidades biológicas, o que faz com que a fragmentação de habitats seja considerada uma das maiores ameaças à biodiversidade (Diamond & May, 1976; Harris, 1984; Soulé, 1986, 1987; Shafer, 1990; Saunders et al., 1991; Boulinier et al., 2001; Fagan et al., 2002; Fahrig 2003). A intensa fragmentação dos habitats já é característica da maioria dos países temperados, mas seus efeitos são particularmente graves nos chamados “países com megadiversidade” dos trópicos, onde as perdas de biodiversidade previstas para as próximas décadas são alarmantes (Wilson, 1988). No sudeste do Brasil, por exemplo, a fragmentação já atinge um estágio muito avançado e a preservação das áreas remanescentes da Mata Atlântica nesta região foi apontada como um dos maiores problemas de conservação do País (Fonseca & Robinson, 1990; Galindo-Leal & Câmara, 2003). O processo de fragmentação de uma área tem duas conseqüências imediatas: a primeira delas é a subdivisão do habitat antes contínuo, a outra é a perda de área. Neste processo, diversos componentes que se inter-relacionam são determinantes para a persistência ou não das espécies originais. Dentre esses componentes pode-se citar o tamanho dos fragmentos, a heterogeneidade ambiental dentro de cada fragmento, a matriz de habitats do “entorno”, a conectividade entre os fragmentos e o efeito de borda (Rolstad, 1991; Fahrig, 2003). A partir desses fatores surgem os problemas a serem enfrentados pelos organismos que vivem nos fragmentos: a área é suficiente para a sobrevivência e reprodução destes? O mosaico ambiental interno permite a coexistência e a interação de diversas espécies? Dentro do fragmento o ambiente se tornou por demais depauperado? A distância entre os fragmentos permite a possibilidade de dispersão entre eles? O tipo de matriz de habitat entre os fragmentos oferece resistência à dispersão das espécies? Qual é o impacto dos novos hábitats circundantes e da borda? A redução de diversidade como conseqüência da fragmentação, por sua vez, ocorre por dois processos distintos, que atuam em tempos diferentes. O primeiro, em um curto prazo, é a perda imediata de espécies durante o processo que levou à fragmentação do habitat – por exemplo, durante o desmatamento. O outro processo, menos óbvio, é o de isolamento (“insularização”). Por exemplo, após um habitat qualquer (que pode ser uma floresta, um cerrado, um campo ou mesmo um sistema de riachos), antes contínuo, ter sido reduzido a uma série de “ilhas de habitat”, são esperadas várias extinções de espécies nestas ilhas. Isto acontece porque muitas populações nelas contidas não são viáveis no longo prazo (Soulé, 1987), levando a riqueza a diminuir até se “encaixar” em uma faixa de valores correspondente à área das ilhas em questão e previsível com base na teoria de equilíbrio de biogeografia de ilhas, como uma relação estreita entre a área ocupada por uma comunidade e sua riqueza de espécies (MacArthur & Wilson, 1967; McGuiness, 1984). Uma conseqüência importante disso, em termos de biologia da conservação de espécies, é que se for isolada uma população de onças em uma mata pequena, não é preciso abatê-las para que a se extingüam; isto é apenas uma questão de tempo (Fonte: Paglia, A.; Fernandez, F.A.S. & Marco Jr., P. de – ICB/UFMG).
Um exemplo de estudo de caso sobre efeitos da fragmentação de habitat:
AVALIAÇÃO DO EFEITO DA FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT SOBRE Apis mellifera E ABELHAS NATIVAS EM VEGETAÇÃO DE PANTANAL, CÁCERES – MT.
Depto de Agronomia, UNEMAT. e-mail: carla@unemat.br
Resumo: A fragmentação de habitat é a transformação de regiões de vegetação natural contínua em porções isoladas, com dimensões, formas e graus de isolamento diversos, sendo conseqüências da atual dinâmica de uso da terra pelo homem. Os efeitos de borda e de área são os mais importantes fatores que levam às mudanças em comunidades fragmentadas, causando a redução da população de polinizadores, como as abelhas. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o efeito da fragmentação de habitat quanto à abundância de Apis mellifera e diversidade de espécies nativas de abelha na base de pesquisa do CELBE (Centro de Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia/ UNEMAT), no município de Cáceres – MT. O fragmento estudado, com extensão de 42 ha, encontra-se na área urbana do município, as margens da baia do Malherios. Para coleta foi utilizada armadilhas tipo frasco caça mosca com essência de baunilha (Vanilla planifolia) e de capim limão (Cymbopogom citratus). As armadilhas foram distribuídas no centro e nas bordas das quatro direções Norte, Sul, Leste, Oeste do fragmento, em transectos de 200m, espaçadas de 50 em 50m de distância, uma armadilha de cada tipo de essência por pontos, sendo 8 armadilhas/ transecto. No centro do fragmento foi usados quatro transectos, como descritos para bordas, totalizando 64 armadilhas no fragmento. A coleta foi realizada em junho de 2008, as armadilhas foram mantidas no campo por sete dias. Os espécimes coletados foram alfinetados e identificadas em nível de morfoespécie com auxilio de chave taxonômica e posteriormente quantificadas. Nas bordas do fragmento foram encontradas cinco espécies diferentes de abelhas com abundância total de 189 indivíduos, sendo a mais abundante Bombus spp. com 175 indivíduos, seguida por Euglossinae sp. 2 (10), Euglossinae sp. 1 (2), Trigonini sp.1 (1) e Trigonini sp.2 (1). No centro a riqueza de abelhas nativas diminuiu para três espécies assim como a abundância, sendo representada por Bombus spp. (27), Euglossinae sp.1 (2) e Euglossinae sp. 2 (4). A. mellifera não foi coletada no fragmento. A riqueza e a abundância de abelhas nativas reduziram no centro do fragmento mesmo sem a presença de A. mellifera, isto indica que outro fator deve influenciar a comunidade de abelhas nativas, como a disponibilidade de recurso, que pode ser maior nas bordas.
Palavras-chave: Bombus, efeito de borda, recurso.
Corredores Ecológicos ou Corredores de Biodiversidade: são áreas que têm a finalidade de interligar fragmentos florestais isolados e possibilitam: o maior trânsito de animais, a dispersão de sementes, o intercâmbio genético entre espécies da flora e da fauna, a preservação da biodiversidade, a proteção dos rios, a proteção do solo, o equilíbrio do clima e a recuperação da paisagem. Os corredores podem unir Unidades de Conservação, Reservas Particulares, Reservas Legais, Áreas de Preservação Permanente ou quaisquer outras áreas de florestas naturais.
Do ponto de vista legal, foram idealizadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, (Lei 9985/2000), no Artigo 2º: são porções de ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
O conceito de corredor ecológico é novo no Brasil, mas sua aplicação é de extrema importância para a recuperação e preservação, por exemplo, da Mata Atlântica, já que os remanescentes estão espalhados por milhares de pequenos e médios fragmentos florestais. O conceito surgiu na década de 1990 e é uma das principais estratégias utilizadas na conservação da biodiversidade de determinado local. A eficiência dos corredores, porém, é um assunto controverso, pois há poucos estudos, em geral feitos no hemisfério norte, que confirmam a adoção dos corredores pelos animais.
Estes fragmentos são ilhas de biodiversidade que guardam as informações biológicas necessárias para a restauração dos diversos ecossistemas que integram o Bioma. Ligar um trecho de mata a um outro trecho é uma das principais funções do corredor ecológico, para que uma área protegida não fique isolada e possa se abrir para outros locais e espécies nativas. O projeto de um corredor ecológico permite o trânsito de espécies de fauna e flora entre as matas interligadas. Os corredores de biodiversidade são planejados em áreas de forte influência e importância biológica, onde se concentram grande parte da biodiversidade de animais, vegetais e demais reinos. É uma rede de áreas protegidas que passam por graus de ocupação humana. O manejo nestes corredores ocorre de forma integrada para desenvolver a possibilidade de sobrevivência das espécies, do ecossistema e de uma economia local sustentável que respeite os recursos naturais. Na Mata Atlântica, os corredores de biodiversidade objetivam conectar os fragmentos de florestas.
No Brasil, os corredores ecológicos são planejados e executados pela iniciativa governamental e pelas ONG´s ambientais. Entre os corredores brasileiros podemos destacar: Corredor Central da Mata Atlântica; Corredor Central da Amazônia; Corredor do Amapá; Corredor do Cerrado; Corredor da Serra do Mar; Corredor do Nordeste.
Um exemplo:
A Mata Atlântica é uma floresta tropical associada a diversos ecossistemas e desenvolve-se pelo litoral das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, com extensões variadas avançando para o interior. As florestas tropicais constituem ecossistemas com a maior diversidade biológica de todo o planeta, resultado do clima e da altitude ao longo de toda a sua extensão original. A maior parte das espécies da fauna e flora endêmicas à Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção, conseqüência da ação antrópica que reduziu a floresta à cerca de 7% da cobertura original, desde a época do descobrimento (Consórcio Mata Atlântica-UNICAMP, 1992). Atualmente, mais da metade da população brasileira, cerca de 100 milhões de pessoas, habitam a área correspondente à Mata Atlântica, aproximadamente 2.000.000 Km2 (Pereira, 1999). As áreas de florestas que restaram são de mata fragmentada remanescente, formando “ilhas de mata” isoladas e chamadas de fragmentos florestais. A importância desses fragmentos se deve ao fato da inexistência de áreas extensas de mata nativa. Eles são responsáveis por manter a diversidade de espécies, cada vez mais comprometidas pela ação do homem, além da conservação dos recursos hídricos. Cada fragmento possui características que limitam a sua utilização para conservação da diversidade biológica. Fatores como, tamanho, forma, localização e grau de isolamento são de grande relevância no processo de tomada de decisão para a escolha dos fragmentos mais importantes (Pereira, 1999). Grande parte dos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica é de propriedade privada e foram preservados em atendimento à legislação. São numerosos e possuem reduzida área contínua. Os fragmentos de maior área contínua são poucos e constituem unidades de conservação em forma de reservas biológicas ou parques. Segundo Brites (1998), o isolamento entre os fragmentos constitui uma barreira muitas vezes intransponível para diversas espécies. Promover a interligação entre esses fragmentos é o mesmo que integrar suas respectivas áreas, reduzindo o grau de isolamento e formando uma grande porção de área contínua. Tal fato permite a movimentação da fauna silvestre entre fragmentos, o que facilita em muito o fluxo genético e a dispersão de sementes, a sobrevivência de espécies territorialistas e a diminuição da taxa de extinção. Este documento apresenta como estratégia a criação de um Mini Corredor Ecológico interligando os principais remanescentes florestais existentes na Área de Proteção Ambiental do Pratigi e seu entorno. A APA do Pratigi está localizada na região do Baixo Sul da Bahia, que se situa a 270 quilômetros de Salvador, abrangendo uma área de 6.139 Km² com 259 mil habitantes distribuídos nos municípios de Valença, Tancredo Neves, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Piraí do Norte, Igrapiúna, Camamu, Ibirapitanga e Maraú. O Baixo Sul da Bahia está situado na região de abrangência do Projeto de implantação do Corredor Central da Mata Atlântica, integrante do Sub-Programa Corredores Ecológicos, do Programa Piloto para as Florestas Tropicais Brasileiras do PPG-7.
NOTÍCIAS
Minc destaca importância dos corredores ecológicos para preservar fauna e flora
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quarta-feira (22/10/2008) não haver outra forma de preservar fauna e flora que não em contínuos florestais como os corredores ecológicos, formados por unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício. O ministro abriu os trabalhos da oficina sobre Implementação de Corredores Ecológicos, organizada pelo Projeto Corredores Ecológicos do MMA, em Brasília, para discutir experiências positivas, trocar informações e pensar os próximos passos do Projeto. Participam do evento, secretários de Meio Ambiente dos Estados da Bahia e Espírito Santo, além de doadores internacionais e sociedade civil."Eu sou um defensor dos corredores ecológicos", afirmou o ministro, complementando que eles, como grandes áreas de conservação da biodiversidade, também se beneficiarão de ações em curso pelo MMA para criação, implantação, monitoramento e fiscalização de áreas protegidas. Entre as medidas constam criação de novas unidades de conservação, Programa de Turismo nos Parques, edital para 40 Planos de Manejo que deverá sair em novembro, atuação da Câmara de Compensação Ambiental por meio de convênio com a Caixa Econômica Federal, formação de novos fiscais, além do preço mínimo para produtos extrativistas. O ministro salientou, ainda, o caráter positivo da descentralização na execução do Projeto Corredores Ecológicos, apesar das dificuldades inerentes a um projeto piloto que deverão ser avaliadas e vencidas. A secretária de Biodiversidade e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de Brito, reforçou as palavras do ministro, afirmando que o ministério fará esforços para promover a descentralização de maneira mais efetiva e que as experiências sejam replicadas em todos os biomas brasileiros. A oficina segue nos dias 23 e 24 no Hotel Airam, em Brasília, com a participação de técnicos do projeto em 19 apresentações sobre a gestão de corredores e oficinas abertas ao debate sobre questões como reconhecimento legal de Corredores Ecológicos e próximos passos do Projeto. Será lançada também, durante o evento, a Série Corredores Ecológicos - Experiências em Implementação de Corredores Ecológicos, que traz neste segundo volume dez artigos que reforçam a importância desta experiência piloto como instrumento de planejamento para a Política Nacional de Áreas Protegidas do Brasil. O Projeto Corredores Ecológicos - que teve início em 2002 no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais no Brasil - lida com a dinâmica da fragmentação e promove a formação e a conservação de grandes corredores de conservação da biodiversidade, formados por unidades de conservação, terras indígenas e áreas de interstício. Dos sete grandes corredores identificados, representando aproximadamente 25% das florestas tropicais úmidas do Brasil, foram priorizados dois como experiências-piloto - Corredor Central da Amazônia, com 52 milhões de hectares, e Corredor Central da Mata Atlântica, com 21,5 milhões de hectares. Os critérios de seleção variavam desde a integridade da paisagem natural, abundância e riqueza de espécies, grau de ameaça dos grupos de organismos mais conhecidos, até a diversidade de ecossistemas e comunidades de espécies e potencial de conectividade entre comunidades terrestres e aquáticas. O Projeto Corredores Ecológicos diferencia-se por uma abordagem abrangente, descentralizada e participativa, permitindo que governo e sociedade civil compartilhem a responsabilidade pela conservação da biodiversidade, podendo planejar, juntos, a utilização dos recursos naturais e do solo. Fonte: MMA.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação.
Quantas espécies existem no mundo?
Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 1,5 milhão de espécies. Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas da Amazônia.
Quais as principais ameaças à biodiversidade?
A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos. A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção. A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impedem a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país. A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também podem ser prejudiciais, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país. O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.
O que é a Convenção da Biodiversidade?
A Convenção da Diversidade Biológica é o primeiro instrumento legal para assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Mais de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993. O pontapé inicial para a criação da Convenção ocorreu em junho de 1992, quando o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas, a Rio-92, para conciliar os esforços mundiais de proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico. Contudo, ainda não está claro como a Convenção sobre a Diversidade deverá ser implementada. A destruição de florestas, por exemplo, cresce em níveis alarmantes. Os países que assinaram o acordo não mostram disposição política para adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja meta é assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas florestas, na zona costeira e nos rios e lagos. O WWF-Brasil e sua rede internacional acompanham os desdobramentos dessa Convenção desde sua origem. Além de participar das negociações da Conferência, a organização desenvolve ações paralelas como debates, publicações ou exposições. Em 2006, a reunião ocorreu em Curitiba, PR.
Ao contrário de São Paulo, Paris investe para tirar os carros de suas marginais.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009
CARTA DA TERRA


13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
a) Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b) Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
c) Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
d) Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e) Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
ORAÇÃO POR UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL

quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Combate às Mudanças Climáticas

Fazer com que o Protocolo de Quioto se torne lei internacional é um primeiro passo essencial para combater as mudanças climáticas.
O acordo entre os países para combater a mudança climática foi lançado em 1992 no Rio de Janeiro. Todos concordaram que as atividades humanas estavam afetando nosso clima e alterando o modo com que ele se transforma. Reduções obrigatórias de emissões, implementadas por políticas nacionais e internacionais são a chave para combater as mudanças climáticas.
Fazer com que o Protocolo de Quioto se torne lei internacional é um primeiro passo essencial para combater as mudanças climáticas. Esse tratado é o único no mundo que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. O tratado constitui também a base para uma ação global cada vez mais eficaz contra as mudanças climáticas nas próximas décadas.
Até o dia 9 de fevereiro de 2005, 168 países ratificaram ou integraram-se ao Protocolo de Quioto, incluindo o Brasil. No dia 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Quioto entrou em vigor.
O Protocolo de Quioto faz parte e implementa a convenção-quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças do Clima. Segundo o acordo, os países industrializados que ratificaram o protocolo (lembrando que a administração Bush afirmou que os EUA não iriam participar) devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis de 1990 até 2012.
O compromisso conjunto de redução das emissões de gases de efeito estufa soma 5%. Cada país tem uma meta diferente dentro da meta global. Participantes podem reduzir as emissões nacionalmente e/ou podem usar as vantagens dos chamados "mecanismos de flexibilização" (Comércio de Emissões, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Implementação Conjunta), como também usar o carbono absorvido nos chamados "sumidouros", como florestas e terras agrícolas, para compensar suas necessidades de redução. Punições serão aplicadas aos países que não cumprirem suas metas.
O Protocolo de Quioto não prevê qualquer meta obrigatória para países em desenvolvimento. No entanto, os países em desenvolvimento têm a obrigação de calcular seus inventários e desenvolver políticas e medidas que reduzam suas emissões. Isso se adequa ao que foi afirmado na convenção: os países desenvolvidos, principal fonte de gases de efeito estufa, devem ser os primeiros a controlar suas emissões.
Negociações Climáticas

Bonn (Alemanha) - O novo acordo global de clima, que deve ser assinado em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca), durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, deve trazer alguns pontos-chaves que tenham a capacidade de salvar o planeta dos efeitos devastadores das mudanças climáticas.
A atual reunião de Bonn, apesar de ser considerado um encontro informal, objetiva preparar as bases das discussões para os próximos meses. A Rede WWF, incluindo representantes da equipe de Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, está acompanhando as negociações e sugere alguns pontos-chaves que devem ser tratados pelos países participantes para se chegar a um acordo global de clima justo e eficiente:
• Concordar que o aquecimento global precisa ser mantido bem abaixo dos 2º C comparado com os níveis pré-industriais;
• Garantir que as emissões mundiais de gases de efeito estufa atinjam um pico bem antes do ano de 2020 e diminuam rapidamente até chegar a uma redução de 80% até 2050 em relação aos níveis de 1990;
• Concordar que os países industrializados reduzam suas emissões em, ao menos, 40% até 2020 e 95% até 2050 em relação aos níveis de 1990, com os Estados Unidos adotando compromissos de redução comparáveis em natureza, intensidade e verificabilidade, e respeitando os limites impostos por um teto mundial de emissões;
• Definir os meios para financiar os esforços vitais de adaptação dos países em desenvolvimento;
• Facilitar a transição para uma economia de baixo carbono por meio de tecnologias verdes e limpas por meio de um conjunto global de Programas de Ações Tecnológicas para difundir e transferir tecnologias para o mundo todo;
• Fornecer acesso por parte dos países emergentes e outros países em desenvolvimento a tecnologias limpas e a níveis adequadas de financiamento para comprometer-se com o desenvolvimento de baixa emissão;
• Criar a “Agência Climática de Copenhague” e outras estruturas institucionais sob a UNFCCC para implementar o acordo de Copenhague;
• Apoiar medidas cruciais para proteger as florestas e a meta de desmatamento zero até 2020;
• Concordar que, em Copenhague, deverá ser acordado o Protocolo de Quioto revisitado e um novo Protocolo de Copenhague (“solução por dois protocolos”) para garantir as ações urgentes sejam, de fato, implementadas.
Fonte:WWF
Brasil X Negociações Internacionais X Clima

Bonn (Alemanha) – A proposta ainda não está na mesa, mas a intenção do Brasil em apresentar metas de redução da emissão de gases de efeito estufa pode trazer um gás adicional para as negociações climáticas. O País anunciou que pretende depositar suas ações de mitigação das mudanças climáticas no registro internacional Namas (sigla em inglês para Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas).
No entanto, o pró-ativismo brasileiro precisa ser coerente com a sua atuação nacional, enfraquecida por medidas como a aprovação da Medida Provisória 458, conhecida como a MP da Grilagem por legislar sobre regulação fundiária na maior floresta tropical do planeta.
Mudanças Climáticas

Para garantir que este acordo seja justo e eficiente, o WWF-Brasil e a Rede WWF estão trabalhando intensamente para influenciar os negociadores dos países membros da Convenção.
Bonn avança pouco e aumenta expectativa para reuniões da ONU em setembro
Posted on 14 August 2009.
A falta de consenso sobre o nível e a fonte dos recursos financeiros para países emergentes foi o principal obstáculo da rodada de negociações climáticas, encerrada na sexta-feira, 14, em Bonn (Alemanha). Para a Rede WWF, o encontro perdeu a oportunidade de acelerar as discussões necessárias para se obter um acordo global de clima justo e eficiente na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, que acontece em dezembro, em Copenhagen (Dinamarca).
Com isso, aumenta a expectativa para os encontros de alto-escalão das Nações Unidas, em setembro. Durante as reuniões da Assembléia Geral da ONU, os líderes das nações mais ricas do planeta terão a oportunidade de oferecer o suporte político necessário ao processo de negociação. Ao mesmo tempo, as partes da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima) deverão mostrar contribuições efetivas para conter o aquecimento global.
“Nosso desejo era que os negociadores presentes em Bonn, tivessem tomado iniciativas concretas. Mas as delegações usaram muito tempo para discutir procedimentos e aspectos técnicos. Esta não é a forma de superar a desconfiança entre as nações ricas e as pobres”, afirma a líder da Iniciativa Climática Global do WWF-Internacional, Kim Carstensen, explicando: “Os poucos avanços se devem a entraves políticos. Os líderes globais precisam destravar o processo durante as reuniões da ONU.”
Para as reuniões de setembro, a principal expectativa da Rede WWF é o estabelecimento de compromissos que viabilizem recursos financeiros na escala de US$160 bilhões ao ano, para que o encontro em Copenhagen seja bem sucedido.“Sem comprometimentos ou fundos é impossível estabelecer um sólido acordo global de clima. É como dizer para um gerente comandar uma empresa, sem falar a ele qual é o orçamento”, finaliza Carstensen.
A próxima rodada de negociações está marcada para Bangkok (Tailândia), entre 28 de setembro e 9 de outubro, quando deve ser dado um sinal claro de que um acordo ambicioso será firmado em Copenhagen